Tudo sobre a sua viagem a Salvador: o que fazer, onde ficar, como chegar e mais

Maior cidade negra fora da África, Salvador ainda tem os resquícios da população indígena e da colonização portuguesa. Essa combinação gerou um destino religioso/cultural muito rico. É comum ver rodas de capoeira sendo realizadas nas escadarias das igrejas católicas, exemplo máximo do sincretismo religioso. O paladar soteropolitano traz a pimenta indígena incorporada às receitas provenientes do continente africano. 

A simpatia do povo é expressada no contato com os visitantes e na sua natureza festeira. Quem resiste a seguir os trios elétricos no Carnaval ou acompanhar os festejos de Iemanjá? Um bom passeio por Salvador passa obrigatoriamente pelo Pelourinho – o Centro Histórico recheado de atrações culturais – e pelas praias tão versadas por artistas e escritores baianos em suas obras.

Veja abaixo muitas dicas para a sua viagem a Salvador.

Onde fica Salvador?

Localizada em uma das pontas da Baía de Todos os Santos, a capital baiana está a 326 km de Aracaju, 604 km de Maceió e 828 km de Recife.

Como chegar a Salvador?

O Aeroporto Internacional de Salvador – Deputado Luís Eduardo Magalhães recebe voos das principais cidades brasileiras e de Buenos Aires e Lisboa. Leva-se cerca de 40 minutos para chegar na área central da cidade.

Qual a melhor época para conhecer Salvador?

Faz calor o ano inteiro na capital baian;, contudo, chove bastante entre abril e junho. Se o intuito for uma viagem histórico/cultural, invista em um guarda-chuva e em um calçado com solado que não derrape – as ruas do Pelourinho de Salvador são de paralelepípedo.

Quantos dias ficar em Salvador?

Para curtir a cidade sem pressa, fique quatro dias. A cidade tem uma quantidade grande de atrativos variados e o deslocamento sempre exige um pouco de tempo.

O que fazer em Salvador?

Pelourinho                                               

A história de Salvador é contada através das ladeiras do Pelô

Desde 1985, o centro histórico de Salvador é tombado como Patrimônio Histórico pela Unesco. Seu impressionante casario colonial dos séculos 17 e 18 convida a, pelo menos, um dia inteiro de exploração. Igrejas, museus, ateliês, lojas de artesanato, centros culturais, bares e restaurantes aparecem entre as ruas de paralelepípedo. Entre os programas imperdíveis estão a Igreja e Convento de São Francisco, uma das mais ricas em ouro no Brasil, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, famosa pela missa sincrética, o Centro Cultural Solar do Ferrão, com museus de arte sacra e popular, e a Casa do Carnaval, um museu interativo que conta a história do festejo na Bahia. Durante à noite, o Pelô tem seus encantos nos bares, restaurantes e nas apresentações do Balé Folclórico da Bahia.

Elevador Lacerda

O elevador mais famoso do Brasil


Principal ligação entre o Pelourinho e a Cidade Baixa (Comércio), foi construído em 1873, sendo o primeiro elevador do mundo a servir de transporte público. Se fosse construído hoje, provavelmente seria panorâmico. Mas contemplar a belíssima vista da Baía de Todos os Santos na parte alta do elevador compensa. E fica melhor na companhia de um sorvete d’A Cubana, um boxe que funciona por lá desde 1930.

Mercado Modelo

Mercado Modelo: um ótimo local para comprar artesanato típico

Quem desce à Cidade Baixa pelo Elevador Lacerda dá de cara com a construção amarela do século 19 que abriga mais de 200 lojas de artesanato e suvenires, além de praça de alimentação e rodas de capoeira. Ali também funcionam restaurantes tradicionais, como o Maria de São Pedro e o Camafeu de Oxóssi, especializados em moquecas e outros preparos de frutos do mar à moda baiana. 

Feira de São Joaquim

Todos os sabores baianos são encontrados na Feira de São Joaquim

Prepare-se para uma incrível imersão na cultura baiana em um labirinto de vielas na Cidade Baixa. Frutas, pimentas de tudo o que é cor, camarão seco, ervas, bodes vivos, artigos de candomblé: tudo se encontra por lá. De quebra, ainda dá para provar pratos regionais difíceis de serem encontrados nos restaurantes, como a passarinha (baço do boi frito).

Igreja de Nossa Senhora do Bonfim

As famosas fitinhas coloridas são ligadas à Nossa Senhora do Bonfim

Com fachada rococó, a basílica-santuário do século 18 homenageia o Senhor do Bonfim, a figura mais cultuada da Bahia: no catolicismo, é uma representação de Jesus Cristo; na umbanda e no candomblé, é ligado a Oxalá. As fitinhas coloridas que adornam as grades da igreja e os pulsos dos turistas surgiram há 200 anos – originalmente, eram usadas como colares que representavam a graça alcançada com a ajuda do santo. Na segunda quinta-feira do ano, a tradicional lavagem das escadarias do Bonfim é considerada a segunda maior manifestação popular da Bahia, com milhares de participantes.

Solar do Unhão/Museu de Arte Moderna (MAM)

Um museu com vista para a Baía de Todos os Santos

Símbolo dos áureos tempos da época açucareira que dominava o poder no Recôncavo Baiano, o Solar do Unhão é um complexo arquitetônico de frente para a Baía de Todos os Santos com casa-grande, senzala e capela. Nos anos 1950 e 1960, a arquiteta Lina Bo Bardi transformou a casa principal no Museu de Arte Moderna e os artistas plásticos Mario Cravo Júnior, Bel Borba e Carybé rechearam de esculturas o jardim. Além de conferir o rico acervo de obras modernas, o local é procurado para contemplar o pôr do sol na baía. 

Farol da Barra

Um cartão postal muito procurado para ver o pôr do sol

Um dos grandes cartões-postais da cidade, foi citado em várias letras de música e tem uma canção própria cantada pelos Novos Baianos. Muita gente se contenta em apenas fotografar a área externa, especialmente na hora do pôr do sol. Quem adentrar a fortificação pode subir os 81 degraus da escada e visitar o Museu Náutico da Bahia, com louças, talheres e objetos dos náufragos  de um navio português que afundou em 1668.

Casa do Rio Vermelho

A residência de Jorge Amado e Zélia Gattai por 37 anos foi convertida em museu. Móveis, objetos pessoais e as coleções de arte e de livros da dupla estão cuidadosamente expostos em cômodos cheios de história, como o quarto de hóspedes, onde já ficou gente como Pablo Neruda, Tom Jobim e Simone de Beauvoir. Na “Sala de Leitura”, celebridades declamam trechos dos livros de Jorge Amado. No agradável jardim, onde foram depositadas as cinzas dos escritores, há pés de manga, sapoti, pitanga e tamarindo, além do “lago dos sapos” – o anfíbio era uma das paixões de Jorge Amado.

Orla

Porto da Barra: a praia queridinha dos soteropolitanos

As praias mais interessantes estão justamente nos dois opostos da orla soteropolitana. Na entrada da Baía de Todos os Santos, Porto da Barra tem água limpinha e um mar tranquilo – combinação perfeita para estar sempre cheia de gente. Na divisa com Lauro de Freitas, a Praia do Flamengo tem ondas bem agitadas (uma das preferidas dos surfistas) e uma boa estrutura de barracas de praia. Entre elas, Ondina tem piscinas naturais, Paciência apresenta águas tranquilas, Buracão é muito frequentada por jovens, a imortal Itapuã tem mar calmo e recifes e Stella Maris é o endereço de resorts urbanos.

Passeio de barco para a Ilha dos Frades

Ilha dos Frades: a mais preservada na Baía de Todos os Santos

Muito se falou em vista da Baía de Todos os Santos, então nada melhor do que explorá-la. Com oito quilômetros de comprimento em forma de uma estrela com 15 pontas, a Ilha dos Frades é a que tem as melhores praias da baía. O passeio sai do Terminal Marítimo, ao lado do Mercado Modelo e segue até a ilha. Além das praias, há igreja, trilhas e até uma preservada cachoeira por lá.

Gastronomia

Acarajé: a grande iguaria baiana

O acarajé é onipresente nos tabuleiros das baianas – trata-se de um bolinho de feijão-fradinho frito no azeite de dendê e recheado com vatapá, camarão seco e vinagrete. Já o abará é a versão cozida do bolinho embrulhado em folha de bananeira. Também devem marcar a viagem receitas como moqueca, bobó de camarão e caruru, um refogado de quiabo. Entre os doces, é impossível resistir aos tabuleiros de cocada. Mas os restaurantes de Salvador vão muito além dos quitutes típicos: tem opções de comida sertaneja, mediterrânea, japonesa, francesa, contemporânea, entre muitas outras. Procure mesas com vista para o mar.

Onde ficar em Salvador?

Há vários núcleos hoteleiros pela cidade. No Centro Histórico e no vizinho Santo Antônio Além do Carmo estão as hospedagens instaladas em casarões coloniais, alguns deles voltados para a Baía de Todos os Santos. Ainda na área central, o Largo de Campo Grande e o arborizado Corredor da Vitória tem um razoável número de hotéis. Da Praia do Porto da Barra até a Praia do Flamengo, não faltam hotéis – basta atravessar a avenida e logo se chegará no mar. Nas proximidades do Salvador Shopping estão hotéis com perfil executivo.

 Casa do Amarelindo

Quem resiste a acordar com essa vista? | Crédito: divulgação

Ótima opção para quem quer se hospedar no coração do Pelourinho, ocupa um casarão de 1868 com vista para a Baía de Todos os Santos. Do terraço panorâmico, onde está a piscina, e das suítes mais luxuosas pode se acompanhar o vaivém das embarcações. No térreo, ao lado do jardim de inverno, fica o bistrô com pratos regionais e internacionais. 

Fasano Salvador

Fasano: sinônimo de luxo no centro de Salvador
Crédito: divulgação

A grife Fasano ocupa uma construção em estilo art déco próximo à Praça Castro Alves. Os quartos têm entre 30 e 75 m² e são equipados com lençóis de algodão egípcio com 300 fios e TV LCD de 55”. De inspiração italiana, o restaurante serve pratos clássicos, como o ossobuco de vitela ao vinho branco. A incrível vista para a Baía de Todos os Santos é apreciada do rooftop, onde estão a piscina de borda infinita, a academia e o spa. O Pelourinho está a cinco minutos de caminhada.

Villa Galé Salvador

Vila Galé: localizado entre o Farol da Barra e o Rio Vermelho
Crédito: divulgação

O hotel tem localização estratégica, entre o agitado bairro da Barra, onde estão o Farol da Barra e a Praia de Porto da Barra, e o boêmio Rio Vermelho, endereço de bares e restaurantes. O prédio está de frente a um trecho rochoso da Praia de Ondina, ou seja, sem pontos para banho de mar, mas com um visual que pode ser admirado da piscina e de alguns quartos. As acomodações são equipadas com ar-condicionado, frigobar e TV LCD. Crianças de até 12 anos hospedada no mesmo quarto dos adultos não pagam diária

Novotel Salvador Rio Vermelho

Uma das melhores vistas panorâmicas da cidade
Crédito: divulgação

A icônica construção que fica no alto do Morro do Conselho e se debruça sobre o Rio Vermelho passou por várias bandeiras e administradoras e, atualmente, é um Novotel, da rede francesa Accor. O hotel foi pensado para oferecer uma linda vista para o mar, alcançada através do restaurante, da piscina e de algumas unidades. Amplos, todos os quartos são avarandados.

Gran Hotel Stella Maris

Gran Hotel Stella Maris: um resort urbano perto do aeroporto
Crádito: divulgação

Um dos resorts urbanos de Salvador fica na Praia de Stella Maris, próximo do aeroporto, em um trecho de praia com ondas moderadas. Vale a pena curtir a faixa de areia intercalando com o bom complexo aquático. Apesar de avarandados, nem todos os apartamentos possuem vista para o mar – os da categoria standard são voltados para as dunas ou para as quadras poliesportivas. Quem viaja com crianças pequenas encontra uma copa com funcionamento 24 horas. Para as refeições, há três restaurantes, um bar, um beach club e um food truck.