A primeira coisa que você deve avaliar ao escolher entre o Deserto do Atacama, no Chile, e o Salar de Uyuni, na Bolívia, é que não é preciso necessariamente excluir um dos destinos da sua próxima viagem. Esses dois locais únicos da América Latina podem e devem estar juntos no seu roteiro! A proximidade geográfica – cerca de 520 quilômetros separam as cidades de San Pedro de Atacama e Uyuni – é uma grande vantagem e renderá fotografias espetaculares de paisagens tão singulares. O passeio pode começar em ambas as cidades e a duração varia de acordo com a sua disponibilidade.
Quando ir
Tanto o Deserto do Atacama quanto o Salar de Uyuni podem ser visitados o ano inteiro, mas as paisagens tendem a se tornar um pouco diferentes principalmente durante o verão e o inverno. No Atacama, por exemplo, são cerca de 300 dias de sol por ano, o que garante céu azul quase sempre. No inverno, os picos dos morros e vulcões altos exibem neve, e as temperaturas são negativas durante a noite. Já no verão, as médias oscilam entre 5º e 25ºC e podem passar dos 40ºC nos dias mais quentes.
Já o Salar de Uyuni, por conta da altitude (superior a 4 mil metros), as temperaturas são sempre mais frias, com média anual de -6ºC. O inverno é rigoroso, chegando -12ºC. A grande diferença fica por conta da umidade: o inverno é a estação seca, com figuras geométricas se formando no sal. Já o verão é chuvoso e o deserto de sal fica coberto por uma camada de água, que se parece com um espelho que reflete o céu. No entanto, dependendo da quantidade de chuva, há riscos de atolamento. Por isso prefira sempre o fim do verão.
O que fazer
Passear por desertos – seja de areia ou sal – não parece muito animador. Mas não se engane, o tipo de paisagem que você encontrará no Atacama e no Salar são simplesmente espetaculares. O Atacama, região mais árida do mundo, tem como principal ponto de visitação o Licancabur, vulcão com 5.916 metros de altura, bem na fronteira do Chile com a Bolívia. Outros passeios populares são os vales da Lua e da Morte, os gêiseres de El Tatio, lagoas repletas de flamingos, sítios arqueológicos, as relaxantes Termas de Puritama, com poços de águas quentes que chegam a 30ºC, e até mesmo um salar, com área de 320 mil hectares e crostas de sal com 70 centímetros de altura.
Já o Salar de Uyuni, uma imensidão branca com mais de 12 mil quilômetros quadrados, parece ter saído de um sonho. Suas atrações incluem Colchani, vilarejo que é a principal entrada para o deserto, a Isla Incahuasi, repleta de cactos gigantes que chegam até 10 metros de altura, as Lagunas Colorada e Verde, com águas vermelhas e verde esmeralda, respectivamente, a área conhecida como Sol de Mañana, com fontes fumegantes de água, barro e enxofre, e até mesmo um Cemitério de Trens.
Hospedagem
As melhores opções de hospedagem no Deserto de Atacama ficam em San Pedro de Atacama. De lá também parte a maioria dos passeios para as atrações turísticas. Em geral, os estabelecimentos são simples, mas existem opções mais luxuosas. No Salar de Uyuni a maioria das acomodações são bem básicas. Entretanto, alguns hotéis são uma atração à parte: feitos de sal, conferem um ar exótico na hora do descanso.
Como chegar
Para chegar no Atacama, sua viagem começa com um voo para Santiago ou diretamente para Calama (voo com escalas), cidade com aeroporto mais próxima de San Pedro de Atacama. A partir de Calama, é preciso contratar um serviço de transfer até o vilarejo de San Pedro. Se a viagem começar pelo Salar de Uyuni, a dica é pegar um voo para La Paz. A partir da capital boliviana, as opções para chegar na cidade de Uyuni são de avião (voo de 40 minutos), ônibus turísticos (viagem de 10 horas), ônibus convencional (pegando dois ônibus de La Paz até Oruro e de Oruro a Uyuni, com um total de 12 horas de viagem), ônibus convencional e um trem (nessa opção você faz um trajeto de 4 horas entre La Paz e Oruro e depois pega um trem. No entanto, o trajeto de trem não funciona todos os dias).